A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM), Ana Cristina Rodrigues, disse nesta terça-feira (27), que não há condições de segurança para a volta às aulas em Manaus, medida anunciada nesta terça pelo governador Wilson Lima, no Centro Educacional de Tempo Integral. localizado no bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital. “Pedimos que o governo do Amazonas tenha cautela ao falar no retorno presencial das aulas, porque muitos profissionais da educação ainda não se sentem confortável em voltar. As escolas do Amazonas não têm condições de oferecer um retorno seguro para os trabalhadores e nossos alunos. Estamos falando de vidas e vidas não se recuperam”.
O retorno está marcado para o dia 10 de agosto. “O protocolo de retorno que eles apresentaram só leva em consideração os dados estatísticos, e que fala de segurança para os alunos, mas não fala de segurança para o trabalhador. E, é preciso que se invistam um pouco mais nas escolas para que realmente os nossos filhos e os nossos trabalhadores, possam voltar de maneira segura. É preciso observar alguns movimentos desse vírus que é muito novo para todos nós e não temos certeza em nada a respeito dele”, disse Ana Cristina.
“Se falta lápis, pincel e papel higiênico, porque não vai faltar álcool em gel e máscara no tratamento diário das nossas escolas?”, questionou a presidente do SINTEAM.
Greve da categoria
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM), Ana Cristina Rodrigues, não descarta uma greve da categoria diante do anúncio de volta às aulas presenciais para o dia 10 de agosto feito hoje pela manhã pelo governador Wilson Lima, em coletiva de imprensa.
“Vamos conversar com os trabalhadores e, se for do desejo da categoria, a greve não está descartada”, disse a presidente. O sindicato defende que se mantenha as tele aulas até que as escolas tenham condições de receber de forma segura e com todas as adequações sanitárias estudantes e trabalhadores.
O SINTEAM vai realizar assembleia geral para discutir o assunto com a categoria.
“A pandemia não acabou. Domingo mais uma professora faleceu em decorrência do novo coronavírus. O vírus continua circulando. Mesmo dividindo os alunos, as salas continuam lotadas. Na rede estadual, as turmas têm 50, 60 estudantes. As salas não têm janelas. Como duas pias vão dar conta de higienizar as mãos de centenas de alunos?”, questiona a professora.
Na quinta-feira passada (23), o secretário da SEDUC convidou o SINTEAM para mostrar o plano de retorno às aulas. “Ficou claro que a preocupação é apenas em cumprir prazos, índices e metas para o Ministério da Educação. O trabalhador foi esquecido dentro desse plano”, disse a sindicalista.
Na coletiva, o governador Wilson Lima afirmou que qualquer trabalhador atendido pelo plano de saúde Hapvida – oferecido pela SEDUC – poderia fazer o teste da covid-19.
Ao sair da escola Elisa Bessa Freire, a presidente do SINTEAM se deslocou até o hospital Rio Negro mas não conseguiu realizar o exame. “O médico que me atendeu disse que eu precisaria passar por uma consulta na clínica e somente o clínico geral decidiria se me encaminharia para fazer o teste. Ou seja, a informação não procede”, disse Ana Cristina Rodrigues.
Com informações de Fiscaliza Manaus