O general do Exército, Júlio Cesar de Arruda, indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi nomeado por Jair Bolsonaro (PL), no lugar de Marco Antônio Freire Gomes e assumirá o cargo de comandante do Exército a partir da próxima sexta-feira (30).
Arruda e os demais comandantes das Forças Armadas foram escolhidos por Lula e pelo futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no início deste mês. São eles: o almirante Marcos Olsen – Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno – Aeronáutica.
No entanto, só a troca do chefe do Exército foi formalizada antecipadamente.
Segundo informações, a antecipação da nomeação de Arruda foi consenso entre os militares que o atual comandante do Exército deveria passar o bastão para o general Arruda antes da posse de Lula.
A avaliação feita por militares é de que, diante do aumento do receio de episódios de violência, é mais prudente que o Exército já esteja sob o comando do general escolhido por Lula. Na caserna, há alertas com a segurança da posse do petista.
A cerimônia de troca de comando ocorrerá na sexta, 30, no Clube do Exército, em Brasília, e terá a presença de Nogueira de Oliveira e Múcio.
Segundo militares de alta patente ouvidos pela coluna, a presença do atual ministro tem o objetivo de demonstrar que, apesar das investidas de Bolsonaro de “apropriação” das Forças Armadas, os militares estão cumprindo o seu papel constitucional de instituição de estado.
Marinha
Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo, apesar de interlocutores no Ministério da Defesa dizerem que a troca ocorreria hoje ou amanhã, auxiliares do comandante da Marinha, Almir Garnier, afirmaram que a realização de uma cerimônia antes da posse de Lula não é uma possibilidade.
Pessoas próximas do futuro ministro da Defesa afirmaram ao jornal que Garnier tem se mostrado resistente a tentativas de aproximação, diante da derrota de Bolsonaro nas urnas e foi o único a criar empecilhos para a transição.
Aeronáutica
Na Aeronáutica, a troca ocorrerá no dia 2 de janeiro. O atual comandante Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior também cogitou deixar o posto antes.
Alinhado a Bolsonaro, Batista Júnior também teria mostrado a intenção de não ter de prestar continência para Lula, mas pelo acertado em reunião na segunda-feira, 26/12, só deve deixar o comando já no governo do petista.
*Com informações de O Convergente