O ex-primeiro-ministro da Itália por três mandatos, empresário dos meios de comunicação e ex-proprietário do Milan, envolvido em diversos escândalos, Silvio Berlusconi faleceu nesta segunda-feira (12) aos 86 anos, vítima de leucemia.
Chamado de “o imortal” por sue longevidade na política, o senador e empresário havia sido internado na sexta-feira (9) em um hospital de Milão.
Um dos homens mais ricos da Itália, que em 2011 tinha a 118ª maior fortuna do mundo, Berlusconi foi um grande comunicador, amado e odiado com a mesma intensidade.
O empresário ousado e inovador, que revolucionou a televisão comercial na Itália na década de 1980, enfrentou vários problemas de saúde nos últimos anos de vida e foi internado diversas vezes no hospital San Raffaele de Milão, sua cidade natal.
O político e empresário – que conseguiu superar várias turbulências durante a carreira, venceu três eleições e comandou um dos governos mais longevos da Itália no pós-guerra – sofria de leucemia crônica, revelaram os médicos no dia 6 de abril, quando Berlusconi foi hospitalizado por problemas respiratórios.
Sua aura permaneceu intacta por décadas graças a sua personalidade expansiva e sua vida conturbada, combinação que o levou diversas vezes ao banco dos réus por acusações de corrupção, compra de testemunhas e fraude fiscal.
Conhecido pelas orgias denominadas ‘bunga bunga’, piadas vulgares e comentários inapropriados, inclusive durante reuniões internacionais – como quando fez comentários sobre o físico da então chanceler alemã Angela Merkel -, Berlusconi foi um personagem no exterior e o símbolo de uma Itália em rápido crescimento.
Ele foi primeiro-ministro durante nove anos, entre 1994 e 2011, e consolidou sua grande fortuna nas décadas de 1980 e 1990.
Com o passar dos anos, “Il Caimano” (O Jacaré, um de seus vários apelidos) passou por várias cirurgias no rosto em busca de rejuvenescimento, usava maquiagem para disfarçar as rugas da idade e, com frequência, era acompanhado por uma namorada muito mais jovem.
Paralelamente, o partido que fundou, ‘Forza Italia’, registrou um lento declínio, passando de 29,43% dos votos nas eleições legislativas de 2001 para apenas 8% em 2022.
O magnata enfrentou durante muitos anos os processos iniciados por suas polêmicas festas eróticas durante os mandatos como primeiro-ministro, que contaram com a participação de uma menor de idade de origem marroquina, conhecida como “Ruby rouba corações”, que ele costumava apresentar como sobrinha do presidente egípcio Hosni Mubarak.
Por este escândalo, também conhecido como “Rubygate”, que despertou grande interesse fora e dentro da Itália, ele foi submetido a três julgamentos.
Apesar de ter sido absolvido da acusação de prostituição de menor, Berlusconi foi processado por subornar as testemunhas do caso, a maioria modelos e prostitutas, julgamentos que abalaram sua imagem.