Em uma entrevista concedida a um portal de notícias local, o superintendente da Zona Franca de Manaus, o ex-deputado Bosco Saraiva, afirmou que um plano para fechar as portas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), estava em andamento no governo Jair Bolsonaro.
“Isso era uma coisa pública. Desde o primeiro momento, o então ministro da Economia [Paulo Guedes] já anunciava ser contra o modelo dos incentivos fiscais, e foi se materializando através de atos pesados, como o Polo de Concentrados, a primeira iniciativa pesada contra um setor importante da Zona Franca, ainda em 2019”, afirmou o superintendente.
Segundo o superintendente, o Plano Plurianual 2020-2024, construído em 2019, já previa uma redução escalonada de repasses para a Suframa e a manutenção da Zona Franca de Manaus, na gestão Jair Bolsonaro.
“Eles [governo Bolsonaro] planejaram um orçamento em 2020 de R$ 57 milhões; 2021, R$ 45 milhões; 2022, R$ 45 milhões; e 2023, R$ 37 milhões. Se tivessem vencido, ano que vem seria uns R$ 20 [milhões], e no outro ano, ‘apaga a luz’. Porque não ia ter dinheiro”, disse o superintendente que completou; “Estava escrito o plano de fechar as portas da Suframa [Superintendência da Zona Franca de Manaus]”.
O plano de fechar a Suframa já tinha iniciado ainda na gestão do ex-superintendente Alfredo Menezes, que saiu do cargo para concorrer as eleições para o senado e perdeu a vaga para o senador Omar Aziz (PSD).
Saraiva classifica os últimos anos como “perdidos” para Zona Franca de Manaus, que foi comandada pelo coronel reformado Alfredo Menezes e o general Algacir Antônio Polsin. O orçamento para a Suframa, nesses últimos anos, já vinha sendo diminuindo, tendo ainda uma desvalorização de servidores da autarquia.
“E esse orçamento da Suframa era para cuidar de Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Cinco estados. Só para os contratos já assinados anteriormente, para este ano precisa de R$ 47 milhões. Estava previsto R$ 37 [milhões]”, completou o superintendente.
Indicado pela bancada amazonense no Congresso Nacional, Bosco assumiu o cargo em abril deste ano com missão de “restabelecer a força da Zona Franca”, que nos últimos quatro anos, vinha sendo atacada pelo próprio governo federal.
O superintendente destacou os primeiros passos de reestruturação do órgão, com a valorização de servidores e o anúncio de um concurso público com 200 vagas, para a melhoria da Suframa.