O pai e a madrasta do pequeno Davi Lucas, de 5 anos, que sofreu sequelas neurológicas e ficou em estado vegetativo após ser vítima de maus-tratos, devem responder pelos crimes de tentativa de homicídio e tortura.
A atualização foi dada pelo advogado da família, Candido Neto ao lado da mãe da vítima, Fabíola Lopes, nesta quarta-feira (30), em suas redes sociais.
“Mais uma grande vitória na busca por Justiça pelo Davi Lucas. Graças a Deus, o Ministério Público Estadual entendeu que os fatos em apuração não devem ser tipificados como maus tratos e sim, homicídio tentado e tortura. Deus é fiel e não descansaremos enquanto a Justiça não for feita”, disse o advogado.
O crime
Conforme os familiares de Davi Lucas, o pequeno morava com a mãe, mas precisou ir para a casa do pai, por causa da guarda compartilhada determinada pela Justiça. Na casa do pai, Davi ficou sob os cuidados da madrasta enquanto o pai havia ido trabalhar.
Nesse período, a madrasta teria alegado que criança acabou se engasgando com uma tampa de creme dental, que ficou presa na garganta, em junho de 2022, quando Davi tinha apenas quatro anos de idade.
O pequeno David, então, foi levado para um hospital, onde deu entrada na Unidade de Trauma Intensivo (UTI) e precisou ser reanimado. David sobreviveu, mas hoje vive em estado vegetativo. Ele foi submetido a uma traqueostomia para poder respirar.
Segundo os familiares, antes da agressão que causou a internação de Davi na UTI, a mãe chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) contra a madrasta, mas a polícia demorou para chamar a denunciada e o companheiro (pai da criança).
A família dele, por parte de mãe, alega que houve falhas da polícia e da Justiça.
“David foi vítima de tortura. O laudo pericial constatou que ele foi torturado. Inclusive, ela [madrasta] tentou cortar o pênis dele. Não tem como uma criança de apenas quatro anos ter caído dentro do banheiro e ter se machucado do jeito que a perícia afirmou que houve agressões”, conta a tia de Davi, Brenda Lins.
“Antes de ele [pai] conhecer ela [madrasta], ele era um ótimo pai. Mas, depois, as coisas mudaram e ele se distanciou. Ele ligou pra minha mãe dizendo que o Davi tinha caído no banheiro e estava internado na UTI, mas o Moisés [nosso outro irmão] disse que viu a madrasta agredindo o irmão, inclusive, chegou a presenciar ela agarrando o pênis do irmão para ele não fazer xixi”, relatou a adolescente.
Na época do crime, Moisés, irmão de David, apresentava marcas no pescoço, que, segundo a família materna, foram ocasionadas pela madrasta ao tentar enforcar o enteado.