Um casal, sendo um homem de 32 anos e uma mulher de 25 anos, foram presos nesta segunda-feira (6), por acorrentar e torturar uma criança de 9 anos, na casa onde moravam na Comunidade Novo Reino, no bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste de Manaus.
De acordo com a polícia, a vítima é filha do suspeito e a mulher era madrasta da criança. Junto com eles morava uma bebê filha do casal de dois anos e outra menina de 8 anos, filha apenas da mulher.
Conforme a titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Joyce Coelho, o menino apresentava marcas de agressão pelo corpo. Ele costumava ser espancado todos os dias pelo casal, era acorrentado todas as noites e comia os restos de comida no chão.
“Ao averiguar essa denúncia, os policiais encontraram de fato com uma criança toda lesionada, desnutrida. E ao conversar com a criança, ela acabou confirmando que era vítima de tortura praticada pelo próprio pai e pela madrasta”, disse Joyce.
“Todas as noite a criança era acorrentada. Ela tinha um cantinho na sala onde ela dormia e a corrente era fixa naquele canto. Ele demonstrou para a equipe como era feito”, completou a delegada.
Ainda conforme Joyce, o menino era solto apenas durante o dia e a tarde costumava ir para a escola, mas não contava sobre as agressões por medo de apanhar.
“Ele apanhava por tudo. Se caia um alimento no chão e ele comia, ele apanhava, se ele comesse alguma coisa que pertencia a irmã de dois anos, ele apanhava”, frisou Joyce.
O casal apresentou versões diferentes sobre o caso. A mulher, afirmou que o torturava por não gostar dele e o homem disse que o acorrentava por ser intolerante à lactose.
“Segundo ele, ele não sabia que isso era tortura. Ele admite a autoria das surras, das lesões causadas no filho e tentou inocentar a madrasta, mas ela confessou e disse a motivação pela qual ela praticava tal tortura, descrevendo que quando o marido não estava em casa na hora de acorrentar o menino, ela mesma ia lá e acorrentava o menino”, disse a delegada.
Após a prisão dos mesmos, o menino foi levado para um abrigo, há que a mãe teria o abandonado quando separou do homem e as meninas foram entregues à familiares.