O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivo Urbano Rodoviário de Manaus (STTRM), Givancir Oliveira, disse que a categoria vai fazer uma greve neste semana caso as empresas do sistema não paguem reajuste salarial de 15% para motoristas e cobradores. A greve de 50% está marcada para iniciar na manhã da próxima quinta-feira (27).
“Se não houver uma posição séria, se a prefeitura não reunir com as empresas para que concedam imediatamente o reajuste, Manaus vai parar”, prometeu. A declaração foi dada em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (25).
Givancir disse que a categoria está há dois anos sem reposição e que, nesse período, o sindicato tem buscado resolver a pendência no diálogo. “Depois de dois anos, a paciência acabou”, declarou o sindicalista.
“Nós queremos só a reposição salarial”, disse, solicitando 15%, com base na inflação acumulada (3% + 12%). Ele apontou que a inflação real é maior que a declarada pelo governo federal e que, na capital, o custo de vida é ainda maior. “Tudo é mais caro em Manaus”, disse.
“Queremos uma posição sólida do prefeito David Almeida”, afirmou Givancir, lembrando que a prefeitura banca subsídio milionário para manter a tarifa e que o Município teria caixa para bancar mais R$ 3 milhões para garantir o reajuste salarial dos trabalhadores, que somam atualmente cerca de 7 mil. “Eram 10 mil. Dois mil e quinhentos foram demitidos na pandemia, quando não podia demitir”, apontou.
Para Givancir, a prefeitura deve cobrar o pagamento aos funcionários da empresas concessionárias, uma vez que paga o subsídio e é o poder concedente. Ele apontou que houve redução de custos com as demissões e redução da frota. “Antes eram mil ônibus, agora são 800”, disse.
O sindicalista reclamou ainda da postura da Justiça do Trabalho, que segundo ele tem atuado pró-empresários, impedindo paralisações garantidas na Constituição e aplicando multas “astronômicas e intimidatórias” no sindicato dos trabalhadores, enquanto o sindicato das empresas não recebe multa por irregularidades confessadas em audiência, como atraso no recolhimento da contribuição ao INSS.
Givancir garante que a greve de quinta, direito fundamental dos trabalhadores, está baseada na lei. “Fizemos todo o procedimento de greve da lei de 88 diz que tem que fazer, fizemos assembleia, fizemos ata, comunicamos a sociedade, o Judiciário. Me reuni dez vezes com o Ministério Público. A Justiça, por outro lado, não tem feito nada para esse reajuste acontecer”, disse.