Os representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e do Sindicato dos Rodoviários se reuniram para discutir o reajuste salarial anual dos profissionais do transporte urbano.
O encontro aconteceu, nesta terça-feira (25), na sede do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), localizado no bairro Cachoeirinha, zona Sul da capital amazonense.
Os rodoviários pedem reajuste salarial de 12% já a partir do próximo mês de junho, além de aumento no valor do vale-alimentação.
Na reunião, a proposta foi de imediato rejeitada pelos empresários devido ao alto custo para se manter o serviço. As empresas fizeram uma contraproposta, com percentual igual ao da inflação dos últimos 12 meses, ou seja, de 4,65%.
Acompanhando a reunião, o diretor-presidente do IMMU, Paulo Henrique Martins, explicou que a primeira proposta do Sindicato dos Trabalhadores compromete diretamente nos gastos da gestão municipal, uma vez que, mensalmente, a Prefeitura de Manaus arca com mais de R$ 25 milhões para subsidiar o serviço público e manter a tarifa no valor atual.
“A gente tem um cabo de guerra sempre quando chega nesta época do ano, porque os rodoviários querem ganhos reais (acima da inflação) e os empresários têm a dificuldade da arrecadação cada vez menor ao longo dos anos. E a prefeitura tem, cada vez mais, um papel importante, porque subsidia o sistema. Então, qualquer aumento de custo vai recair no aumento do custeio da prefeitura (pressionando por um aumento de subsídio ou de reajuste da tarifa)”, enfatizou Martins.
Ele explicou que os técnicos do IMMU farão os cálculos para verificar quanto o reajuste dos salários dos trabalhadores do segmento irá impactar nos custos para a manutenção do transporte coletivo de Manaus e apresentar ao prefeito David Almeida.
“Mesmo esse percentual sendo menor (reajuste salarial), ele impacta. Essa contraproposta vai ser avaliada pelos rodoviários e da nossa parte, vamos checar os números para que saibamos exatamente o quanto isso vai representar a mais para Prefeitura de Manaus e saber da capacidade da administração de subsidiar esse aumento ou não. Lembrando que a gente vai sempre buscar uma maneira que o custo seja o menor possível, para a prefeitura e para a população”, explicou o diretor-presidente.
Busca do consenso
O presidente do Sinetram, César Tadeu Teixeira, explicou que o encontro para a negociação salarial está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que entende a solicitação dos trabalhadores. Ele ressalta, entretanto, ser fundamental encontrar um entendimento para que o desfecho seja bom para todas as partes envolvidas.
“A reunião foi amistosa, foi produtiva e certamente, como em outros anos, nós chegaremos a um denominador comum, que seja bom para o trabalhador, que precisa levar o sustento para sua família, mas também tem que se olhar o lado da despesa. Isso vai impactar, principalmente, na questão do subsídio que é pago pela prefeitura. Então, é sempre necessário ter muito cuidado na negociação”, destacou Teixeira.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir de Oliveira, afirmou que a contraproposta das empresas será avaliada pela categoria. Contudo, destacou o espírito público dos envolvidos na discussão, uma vez que todos estão buscando o melhor.
“O Sinetram tem demonstrando uma boa vontade, não está tendo um cabo de guerra. O IMMU está fazendo um bom trabalho, por meio do Paulo Henrique, conversando com os empresários. O prefeito David Almeida está chamando todo mundo, mas até agora não foi o suficiente, mas esse é o caminho para que se chegue a um denominador comum e todos saiam satisfeitos”, pontuou Oliveira.
Além da questão salarial, outras demandas foram tratadas durante a reunião. Entre elas, estão os investimentos para a melhoria das condições de trabalho dos motoristas e cobradores, além da garantia de segurança no transporte coletivo.