Dois dias após o atacante Vinicius Junior, de 22 anos, ser novamente vítima de atos racistas na Espanha, a polícia espanhola prendeu nesta terça-feira (23) três pessoas suspeitas de ato racista, cometido contra o atleta brasileiro, antes e durante a partida entre Valencia e Real Madrid, na cidade de Valência, na Espanha. As idades dos detidos variam entre 18 e 21 anos.
Outras quatro pessoas foram presas pela polícia espanhola suspeitas de terem pendurado um boneco com a camisa do jogador brasileiro, em uma ponta em Madri, simulando um enforcamento. O caso aconteceu no fim de janeiro, antes de um dérbi entre Atlético de Madrid e Real Madrid.
🚩Estas son las imágenes de la detención de los 4 arrestados por #delitodeodio contra el jugador de #fútbol @vinijr
Tienen 19, 21, 23 y 24 años. Varios fueron identificados durante partidos de alto riesgo en dispositivos de @policia para la prevención de violencia en el deporte pic.twitter.com/X8jaGrZHRe
— Policía Nacional (@policia) May 23, 2023
Segundo as autoridades, três dos quatro suspeitos presos pelos fatos ocorridos na capital espanhola são membros da torcida organizada “Frente Atlético”.
O boneco, que tinha um uniforme de Vini Júnior, foi pendurado para simular um enforcamento depois da vitória de 3 a 1 do Real Madrid contra o Atlético de Madrid, pelas quartas de final da Copa do Rei. Ao lado do boneco estava uma faixa com a frase “Madri odeia o Real”.
A investigação, baseada principalmente em depoimentos, permitiu estabelecer que os quatro torcedores, “identificados durante partidas consideradas de alto risco dentro dos dispositivos de prevenção de violência no esporte, foram os supostos autores” do ataque, destacou a Polícia.
O episódio do fim de semana teve repercussão mundial, com o repúdio de outros jogadores de futebol, pretos e brancos, de várias equipes, além de personalidades de outros segmentos da sociedade. Vini também se manifestou desta vez de forma mais enfática e deixou no ar a possibilidade de deixar o futebol da Espanha. O brasileiro recebeu apoio de dirigentes e atletas de todo o mundo e criticou fortemente o futebol espanhol por não fazer mais para acabar com o racismo.
Já sobre as prisões realizadas por conta do ato do último domingo, o Valencia afirmou estar cooperando com as autoridades na investigação e prometeu banir do estádio os torcedores culpados.
“O clube reitera sua condenação mais enérgica e sua posição contra o racismo e violência em todas as formas. E que atuará com a mesma contundência com todas as pessoas identificadas, aplicando sua medida mais severa: expulsando-os do estádio por toda a vida. O Valencia não tolera nenhum tipo de ataque racista. O racismo não tem lugar no nosso clube”, divulgou o clube em nota oficial.