Após a repercussão negativa da Universidade Santo Amaro (Unisa), divulgou nota na nesta segunda-feira (18), informando que expulsou os estudantes de medicina da instituição que foram identificados praticando “atos execráveis, ao se exporem seminus e simularem atos de cunho sexual” durante uma partida de vôlei feminino.
Segundo nota da Unisa, o episódio ocorreu entre os dias 28 de abril e 1º de maio no Centro Universitário São Camilo, durante um campeonato disputado por calouros de cursos de medicina conhecido como Calomed. Vídeos divulgados na internet mostram estudantes correndo pelados – alguns simulando masturbação.
De acordo com o Centro Universitário São Camilo, “os alunos daquela universidade (Unisa), tendo saído vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra”, informou o centro. A partida era disputada entre alunas do curso de medicina da São Camilo contra a equipe feminina da Unisa.
“Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora das dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento, ainda nesta mesma segunda-feira (18), com a expulsão dos alunos identificados até o momento”, disse a nota.
Repercussão
Vídeos e imagens do caso divulgadas no último fim de semana viralizaram nas redes sociais, chegando a ser comentada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em post no X (antigo Twitter).
Determinei que o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), notificasse a Universidade de Santo Amaro (Unisa) para apurar quais as providências tomadas pela instituição em relação ao episódio que envolveu estudantes +
— Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) September 18, 2023
Ainda ontem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também comentou o episódio: “repulsivo, indesejável e absurdo”. Dino esclareceu que a investigação do caso cabe à Polícia Civil. “Essa situação tem o nosso repúdio e a nossa rejeição. Mas a atuação funcional nesse caso só pode ocorrer se a polícia estadual eventualmente ficar inerte, pois se trata de um crime entre particulares. A atribuição funcional a princípio é da Polícia Civil do estado de São Paulo”, explicou Dino em entrevista coletiva.
O Ministério das Mulheres também repudiou o episódio. Em postagem nas redes sociais, o ministério disse que “atitudes como a dos alunos de medicina da Unisa jamais podem ser normalizadas – elas devem ser combatidas com o rigor da lei”.
“Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero”, escreveu o ministério. “Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência”.
A Polícia Civil de São Paulo já abriu investigação para apurar o episódio e identificar os envolvidos.