Funcionários de uma loja identificados como Willian de Jesus, 21, e Marcos Eduardo, foram torturados por seus patrões com pauladas e ferro quente após serem acusados de roubar R$ 30 da loja onde as vítimas trabalhavam, em Salvador, na Bahia.
Os patrões, chegaram a filmar a tortura dos funcionários, para que o vídeo servir de “exemplo” aos demais funcionários.
No vídeo divulgado em redes sociais, um dos homens aparece afirmando que teria pego os funcionários supostamente roubando o estabelecimento. “Mais um ladrão aqui, mais um ladrão pessoal. Trabalhou para mim, a gente deu moral e confiança, e ele metendo a mão no dinheiro”, afirmou o suspeito antes dar pauladas nas mãos da vítima.
Uma das vítimas teve as mãos marcadas com ferro quente com o número “171” (referente ao crime de estelionato do Código Penal). “Ele falou: ‘eu só não vou queimar sua testa porque você já é feio. Com a testa queimada vai ficar mais feio ainda, então vou queimar na mão'”, relatou o jovem.
A vítima negou o crime: “Eu não preciso roubar. Eu tenho um filho, pago aluguel, trabalho. Acordava às 05h da manhã todos os dias para trabalhar para ele. Saía quase 20h da noite. Fechava a guia e ainda ficava. Se eu fosse roubar, eu não ia roubar só R$ 30”, desabafou.
As vítimas alegam que sofreram uma ‘emboscada’ dos chefes, um deles identificado como Alexandre Carvalho Santos, afirmou ao delegado que investiga o caso, que fez “justiça com as próprias mãos”.
“Ele disse que ficou bastante chateado pela subtração, segundo ele, de um valor de R$30. Só que a vítima alega que, enquanto estava fazendo a limpeza achou esse dinheiro, e que seria entregue a ele [Alexandre], mas ele não aceitou os argumentos dos funcionários. E então, de modo imprudente, acabou tentando fazer a lei com as próprias mãos”, explicou o delegado.