No segundo e último dia do Seminário Articulando ações de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, nesta quarta-feira (30), no Auditório Belarmino Lins, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), as palestras trataram sobre a exploração sexual no contexto do turismo, responsabilização de crimes contra crianças e adolescentes e um olhar sobre a exploração de adolescentes LGBTQIA+.
O evento foi promovido pelo projeto Mobilizar e Agir, uma parceria do Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio (Iacas) com a Petrobras, e aconteceu na casa Legislativa com apoio da deputada Nejmi Aziz (PSD), presidente da Comissão de Assistência Social e Trabalho.
A coordenadora do Mobilizar e Agir, Amanda Ferreira, avaliou positivamente o evento, que teve um público de cerca de 200 pessoas em cada um dos dias. “Foi um momento de informação e de retomada dessa discussão em grupo, para falarmos mais sobre a proteção integral de crianças e adolescentes nas mais diversas formas”, declarou.
Para o palestrante da parte da tarde, o enfermeiro e educador comunitário Lucas Brito, foi muito importante ter esse espaço para falar sobre o enfrentamento à violência sexual contra adolescentes LGBTQIA+. “Nós trouxemos essa vivência, que é um recorte dentro do contexto de adolescentes que passam por exploração sexual. Trouxemos essa visão sobre a população LGBTQIA+, que sofre muito por vivermos numa sociedade LGBTfóbica. O conhecimento é um grande diferencial para o acolhimento dessa população e existem formas de obter esse conhecimento, com pessoas que podem oferecer esse suporte. O compromisso de buscar esse conhecimento vai melhorar nossa rede de apoio às crianças e adolescentes”, destacou.
Palestras da manhã
Pela parte da manhã, a primeira palestra foi ministrada pela coordenadora do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca/Bahia), a jornalista Luciana Reis, que falou sobre a exploração sexual no contexto do turismo. “Mapear o trade turístico local é de suma importância para entender o contexto da exploração, que envolve a rede hoteleira, guias turísticos, motoristas de táxi, de aplicativos e até policiais. É uma verdadeira cadeia de exploração sexual”, explicou.
A segunda palestra foi sobre a responsabilização de crimes contra a dignidade humana de crianças e adolescentes e foi ministrada por Joyce Coelho Viana, delegada da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente do Amazonas (DEPCA/AM). “A maior dificuldade na responsabilização desses crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes que são crimes que ainda são invisíveis. Também porque os abusadores acham que porque estão retribuindo financeiramente este ‘favor sexual’ a vítima não é vítima, estava lá e aceitou porque quis. Por isso eventos como este são importante para orientar, empoderar as pessoas para que elas possam repassar estas informações”, destacou.