O Arcebispo da Arquidiocese de Manaus Dom Leonardo Ulrich Steiner, defende que a Igreja Católica não deve ser partidária muito menos criar bancadas políticas para basear uma espécie de ‘ideologia da religião’.
Para Dom Leonardo, a igreja deve orientar os fiéis a fazerem escolhas livres e responsáveis. “Precisamos ajudar a desarmar os espíritos e, especialmente, precisamos trazer à discussão a questão da democracia e desideologizar a religião”, diz.
Ainda segundo o arcebispo, a política partidária divide as pessoas, provoca violência e competição e não se deve ser usado como bandeira entre religiosos. A política deve ter como objetivo o bem comum de todos os cidadãos, independente de que sejam católicos.
“Usar a religião e a moral simplesmente para promover partidos políticos e ideologias políticas é injusto e pode trazer consequências desastrosas, porque começamos a mexer em questões de fé. A fé é um fundamento anterior à religião e a religião é uma expressão da fé”, afirma Dom Leonardo.
O arcebispo é bem claro quando afirma que a igreja não tem a missão de apoiar candidatos e criar uma bancada católica nas casas legislativas, mas sim orientar os cristãos para que façam escolhas conscientes.
“A política é um modo de participação de cada cidadão, homens e mulheres, na construção da sociedade, em relação à justiça na sociedade, aos direitos na sociedade, à educação na sociedade, à saúde, à não violência, em harmonia”, afirma.
O arcebispo de Manaus diz que os termos políticos perderam o verdadeiro sentido e estão sendo substituídos por expressões religiosas. “O que é direita, o que é esquerda? São concepções políticas, são ideologias políticas. Acho que deveríamos buscar outras expressões que pudessem expressar essa polarização”, propõe.
A igreja distribuiu cartilhas sobre as eleições 2024. O material inclui encíclicas (cartas do papa dirigida aos católicos). “Hoje, temos outras dificuldades que enfrentarmos como as fake news e o mal uso da inteligência artificial. A questão das notícias falsas se manifestou em eleições anteriores e voltaram a aparecer nos meios de comunicação de novo. O que vamos fazer com essas novas realidades?”, questiona.
Leonardo Steiner lembra que a Arquidiocese de Manaus integra o Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral no Amazonas. Em janeiro deste ano, o grupo se reuniu para planejar ações de orientação sobre o pleito.
“É um comitê bastante ativo que tem cada vez mais trabalhos e serve à sociedade. Portanto, temos de estar atentos ao surgimento de novas questões na sociedade e no mundo”, finalizou.
*Com informações de Amazonas Atual