Documentos sigilosos vazados do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), mostram que a primeira-dama de Manaus Elisabeth Valeiko, junto com a filha Paola Valeiko Molina e o genro Igor Gomes Ferreira estão sendo ou pelo menos eram para serem investigados pelos crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
De acordo com informações do documento, que foi assassinada no dia 26 de novembro de 2019, as investigações seriam realizadas pelo Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (GAECO), mas, dez meses após o MP iniciar as investigações nada foi concluído ou divulgado. E se os documentos não fossem vazados, tampouco se saberia sobre a investigação.
Mas por que a primeira-dama seria alvo do MP?
Os três investigados tiveram crescimento patrimonial muito rápido e a renda deles não é compartível com os investimentos realizados pela família. O documento fala sobre a compra da franquia da Pizza Hut, no valor de R$ 3 milhões, casas em condomínios de luxo, concessionárias/locadoras de veículos (BESTCAR) e casas lotéricas.
Perito Molina já tinha avisado
No começo do ano o perito forense Ricardo Molina, postou um vídeo em tom de ameaça deixando a entender a lisura dos promotores do MP-AM. No vídeo, o perito diz que poderia revelar o que tinha sido dito na reunião que participou sobre o caso Alejandro Valeiko, acusado de participar da morte do engenheiro Flávio Rodrigues.
Ainda no vídeo, Molina diz que não iria atuar no caso de Alejandro pelos mesmo motivo que não aceitou trabalhar no caso Nardoni. “Não vou falar, pelo menos por enquanto, se não pararem de me atacar, talvez eu conte”, diz (confira o vídeo no final da matéria).
Sete meses a bomba estoura
Depois de sete meses após o perito ter levantando suspeita dos promotores, o documento sobre a investigação da primeira-dama vaza e mesmo que todos os indícios levem a prisão do trio, a operação teria sido engavetada pela Procurado Geral do MP Dra Leda Mara Albuquerque, na intenção de proteger Elisabeth e familiares.
Privilégios de ser enteado do prefeito
Em julho, Alejandro Molina Valeiko, filho da primeira-dama de Manaus Elizabeth Valeiko, viajou “escondido” em um avião fretado na madrugada após assediar e tentar esfaquear o enfermeiro que cuidava dele na prisão domiciliar.
De acordo com informações preliminares, Alejandro foi para uma clínica de reabilitação em São Paulo após o episódio de ‘surto’ com o enfermeiro. Ele foi recebido pela pela mãe que estava em SP acompanhando Arthur Neto, prefeito de Manaus, que estão na cidade tratando o chefe do executivo que se recupera da Covid-19.
O que mais chamou atenção foi ‘como’ Alejandro saiu de Manaus já que ele estava cumprindo prisão domiciliar. De acordo com uma fonte ligada ao Portal da Capital, ele viajou sem autorização judicial.
Elisabeth ainda pode ser presa
Agora é esperar para saber se a promotora vai voltar atrás nas investigações, tendo em vista que se aproxima a eleição para titularidade do Ministério Público do Estado.
Em resposta, o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (GAECO), órgão do Ministério Público do Amazonas, informa que as investigações envolvendo pessoas citadas, recentemente, em sítio eletrônico continuam sob sigilo. Informações de que a investigação foi arquivada são inverídicas. O GAECO esclarece, ainda, que a divulgação da contrafé dos documentos sigilosos não se deu no Ministério Público e este já requisitou apuração, no âmbito da Polícia Civil do Estado do Amazonas.