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Médicos denunciam atrasos nos salários, redução de leitos e demissões no Complexo Hospitalar da Zona Sul

Após médicos denunciaram a redução de leitos no Hospital Pronto-socorro 28 de Agosto, a Organização Social Agir, que hoje gere o Complexo de Hospitalar Zona Sul, está demitindo os profissionais contratados que não receberam seus salários, e contratando novos profissionais de outros estados para trabalharem nos hospitais.

Nesta segunda-feira (16), uma médica ortopedista do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (Itoam), Carol Antony Houagen, denunciou por meio de suas redes sociais, de que além dos atrasos de salários que já dura três meses, a Organização Social Agir está reduzindo os leitos do 28 de Agosto.

“A ortopedia está entregando nesse momento o o Hospital 28 de Agosto, depois de 36 anos de atuação aqui e no momento com 3 meses de salário atrasado, o Governo trouxe uma empresa de Goiás para assumir a administração da unidade, mandando embora às vésperas de festas de final de ano profissionais do nosso estado que sempre fizeram de tudo para mantê-lo erguido, com ética profissional e cuidados à população! Lembrando ainda do período da pandemia, onde inúmeros profissionais literalmente deram a vida para não deixar a população sucumbir”, disse.

“Hoje, com essa nova administração, o número de leitos do HPS 28 de Agosto se reduz a 1/3 da sua capacidade, assim também como o quantitativo de prestadores de serviço, o que sabemos que em número não atende a demanda da população do nosso estado! Esse é o destino a que se segue a saúde do Amazonas, que Deus abençoe a todos nós!”, acrescentou a médica.

O médico cirurgião Ruy Abrahim indaga “que governo é esse que passa um patrimônio da Cidade e do Estado comparável por exemplo ao nosso Teatro Amazonas, como o HPS 28 de Agosto , à administração da iniciativa privada cujo objetivo, justo diga-se de passagem , é o lucro simplesmente e pior , acabando em parte com o mercado de trabalho de dezenas de filhos da terra ou de filhos de filhos , isto porque já cancelaram contratos com várias empresas médicas “ da terra” em prol de profissionais importados de Goiânia sede da OS!”.

Ele diz que “a sociedade precisa saber o que está acontecendo, bem verdade que tradicionalmente fazemos nada, nos contentamos a vislumbrar o barco naufragar e nos limitamos a lamentar, na enorme maioria das vezes! Mas, sociedade como um todo, as figuras expoentes precisam ficar cientes da perda deste patrimônio construído pelo Governador Gilberto Mestrinho, ampliado pelo Governador Amazonino Mendes, ampliado e reformulado pelo Governador Eduardo Braga e finalmente mantido e estimulado pelo Governador Omar Aziz!”.

Triste e lamentável! Que Governo é esse??? Será o governo que o povo merece??!?
Deus proteja a quem merece!”, encerra.

Nota do Estado

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou, em nota, que está à disposição dos órgãos de controle para sanar quaisquer dúvidas referentes a contratação de Organização Social de Saúde (OSS). Segundo a SES-AM, todo o processo foi feito com base na transparência e as informações são de domínio público.

O governo do Amazonas informou que os atendimentos de urgência e emergência do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e Instituto Mulher Dona Lindu, que compõem o Complexo Hospitalar Sul (CHS), seguem sendo realizados normalmente. “Para dar continuidade aos serviços, a Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela nova administração do complexo realizou a contratação de novos ortopedistas, após o instituto que prestava o serviço no HPS 28 de Agosto recusar a proposta de contratação e se retirar da unidade”,informou.

“Atendendo um pedido da Secretaria de Saúde, os médicos que já atuavam nas unidades foram os primeiros a serem consultados para serem contratados, mas infelizmente não aceitaram. Nossa responsabilidade é garantir que a assistência médica continue. Várias tentativas foram feitas com os profissionais, mas nós estamos olhando para a população e para o usuário do Sistema Único de Saúde. Mudanças de modelos de gestão e alteração em processos de trabalho acontecem sempre para melhorar”, informou a secretária de Saúde Nayara Maksoud.

Segundo o governo, “mesmo com a vinda de médicos de outros estados, as contratações seguem sendo realizadas e os médicos amazonenses que desejarem permanecer atuando nas duas unidades podem se dirigir ao setor administrativo do complexo e a expectativa é que, até janeiro, 1.500 contratações sejam feitas, oferecendo maior eficiência e agilidade aos serviços oferecidos”.

O governo também informou que “não haverá qualquer redução no número de leitos e na capacidade de atendimentos do HPS. Ela ressaltou que, em 2024, foram abertos 46 novos leitos no hospital, aumentando a capacidade de atendimento da unidade e oferecendo mais conforto aos pacientes”.

Portal Am24h

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