Os vereadores Sassá da Construção (PT) e Marcelo Serafim (PSB) trocaram ofensas e ameaças na sessão desta segunda-feira (13) da Câmara Municipal de Manaus (CMM) dedicada ao ex-governador Amazonino Mendes, morto neste domingo (12).
Sassá cobrou assinaturas para Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) em desfavor da empresa Águas de Manaus, porque de acordo com ele, alguns parlamentares estariam fazendo vista grossa para o processo de investigação, recusando-se a assinar o requerimento que pede a CPI da Águas de Manaus.
“Eu não tenho o ‘rabo preso’ com a empresa Águas de Manaus e tem vereadores pressionando outros pares para não assinarem o documento, e vou expor os nomes desses parlamentares na imprensa”, disparou Sassá da Construção.
“Eu quero deixar um recado para os gestores da Águas de Manaus: os dias de vocês estão contados. A Águas de Manaus vai ser investigada. Tem muita gente que ‘tá’ nesse bolo”, afirmou Sassá.
“Chega de palhaçada. Chega de dizer que a CPI não vai dar em nada. É por isso que as vezes o povo lá fora ‘taca’ pau na casa, por causa de colegas que botam a gente lá para baixo”, disse o vereador petista.
Quando parabenizava o presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Caio André (PSC), por ter sido um dos que assinou o pedido de CPI, Sassá mudou o tom de voz, em resposta ao vereador Marcelo Serafim, que o rebatia, de sua bancada.
Dedo em riste, Sassá interrompeu sua fala e passou a responder a Marcelo. “Você é um que não assinou a CPI. Você não assinou a CPI por que? Não. Não vai falar não. Eu não falei seu nome. Porque você, para falar nessa casa aqui, você é um leão. Você é uma pessoa sem caráter. É um vendedor, aqui dentro”, acusou.
“Você é uma pessoa sem caráter. É um vendedor, aqui dentro [da CMM]”, disse Sassá a Marcelo, que respondeu: “Lave sua boca. Não sou eu que fui na empresa [Águas de Manaus] para extorquir a empresa em troca de obra”.
Marcelo reagiu à pressão de Sassá e, em questão de ordem, usou a tribuna e desferiu várias acusações, incluindo o de extorsão mediante a favorecimentos.
“Vossas excelências me conhecem: muitos divergem de mim, mas sem caráter eu não sou. Não fui eu que foi a uma empresa para extorqui-la; não fui eu que foi na empresa negociar para fazer obras com empresas ligadas à mim. Vossa excelência lave a sua boca. Todos aqui conhecem o vosso modus operandi”, disparou Marcelo Serafim.
Ainda de acordo com Marcelo, o vereador Sassá, que tinha treze assinaturas no requerimento, teria afirmado que, num momento passado, rasgou o papel da CPI e que agora, de forma ‘leviana’, retomou as discussões insinuando que os colegas não querem assinar o documento. Por esse motivo, sentiu a necessidade de fazer uso da palavra.
Sassá alegou que que não citou o nome de Marcelo Serafim e que, diante das acusações, vai apresentar queixa contra o parlamentar no Conselho de Ética e exigir que seja provada a acusação de extorsão.
O bate-boca foi encerrado pelo presidente da CMM, Caio André, que em seguida retomou os trabalhos pautados para a sessão ordinária.
CPI Águas de Manaus
Sassá da Construção Civil é autor da proposta que foi lançada em agosto de 2021. Até dezembro, no fim dos trabalhos legislativos de 2022, a propositura contava com 13 assinaturas, faltando apenas uma para atingir um terço dos parlamentares necessários. Com a troca de vereadores, agora, a proposta depende de duas assinaturas para ser implementada.