Sergio Moro e o hacker Walter Delgatti Neto protagonizaram um bate-boca com trocas de ofensas durante a sessão na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) desta quinta-feira (17), onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) precisou intervir.
O bate-boca entre os dois começou quando Moro questionou quantos processos por crimes de estelionato Delgatti “responde ou respondeu”, citando a condenação de Delgatti pelo crime, relacionado a golpes que teriam sido cometidos em Araraquara no interior de São Paulo, perguntando ao hacker quantas vítimas ele teria prejudicado.
O hacker disse que “cerca de quatro ações”, e alegou que foi absolvido em todas.
“Relembrando que fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive, equiparada à perseguição que vossa excelência fez com o presidente Lula, com integrantes do PT. E ressaltando que eu li as conversas de vossa excelência, li a parte privada, e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes”, afirmou o hacker.
Em resposta, Moro dirigiu-se ao vice-presidente da CPI, senador Cid Gomes (PDT-CE), que estava presidindo a sessão naquele momento, e solicitou que tomasse medidas para advertir Delgatti. Moro argumentou que o depoente não deveria proferir calúnias contra um senador durante a CPI.
Eu pediria que fosse advertido o depoente, que não pode chamar um senador de criminoso. Cometeu crime de calúnia. […] O bandido aqui, que foi preso, é o senhor. O senhor foi condenado… O senhor é inocente, então como o presidente Lula, é isso?”, disse o senador.
Em resposta ao senador Sergio Moro, Walter Delgatti Neto afirmou que o ex-juiz só não havia sido preso porque recorreu ao foro privilegiado. “O senhor não foi preso porque recorreu à prerrogativa de foro por função”, retrucou o hacker.
O senador Cid Gomes (PDT-CE), que presidia a sessão, pediu que Moro e o depoente se respeitassem, e a reunião prosseguiu.